quarta-feira, 29 de junho de 2011

TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA

A transferência e a contratransferência são uma forma de projeção típica da relação terapêutica entre paciente e terapeuta e pode-se caracterizar de forma positiva, com sentimentos de afeto e admiração, ou negativa, com sentimentos de agressividade e resistência, dependendo dos laços inconscientes e emocionais que emergem nesta relação.

Denominamos “Transferência“, as projeções relacionadas a reações emocionais do paciente, dirigidas ao analista. A “contratransferência” envolve sensações, sentimentos e percepções que brotam no terapeuta, emergentes do relacionamento terapêutico com o paciente: como respostas às manifestações do paciente e o efeito que tem sobre o analista. É um sinal de grande significação e valor para orientar o terapeuta no trabalho analítico.



LUTA ANTIMANICOMIAL

A Luta Antimanicomial surgiu em 18 de Maio de 1987, no Congresso de Trabalhadores de Saúde Mental em Bauru-SP e consiste no Movimento Nacional da Luta Antimanicomial que é muito mais amplo que a Reforma Psiquiátrica. É um Movimento social disseminado por todos os estados do Brasil. Tem como metas o fechamento dos manicômios do País e a promoção de uma cultura de tratamento, de convivência e de tolerância, no seio da Sociedade, para as pessoas em sofrimento psíquico. Segundo Ana Marta Lobosque, 2001, a Luta Antimanicomial revela um modo político peculiar de organização da sociedade em prol de uma causa, a saber: uma sociedade sem manicômios. É uma luta da sociedade que não delega aos técnicos a gestão da convivência com a loucura.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

PSICOSES

AS PSICOSES TOMAM FORMAS MAIS DIVERSAS CONFORME A SUA ORIGEM:ORGANICA,PSICOGENICA E GENÉTICA,OU,AINDA DE ORIGEM AMBIENTAL.ASSIM PODERÃO OCORRER DELÍRIOS CRONICOS,PSICOSES ESQUIZOFRENICAS,PSICOSES MANÍACO-DEPRESSIVAS,PSICOSES PUERPERAIS,ALCOÓLICAS,SIFILÍTICAS,OU AINDA AQUELAS DEVIDAS A TUMORES CEREBRAIS,A PROCESSOS DEGENERATIVOS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL,A ENDOCRINOPATIAS,A DROGAS ALUCINÓGENAS E A PROCESSOS INFECCIOSOS.
AS PSICOSES SÃO DISTURBIOS RESULTANTES DE CONFLITOS ENTRE EGO E REALIDADE(mundo externo),REFLETEM O FRACASSO NO FUNCIONAMENTO DO EGO EM PERMANECER LEAL A SUA DEPENDENCIA DO MUNDO EXTERNO E TENTAR SILENCIAR O ID FRENTE A UMA FRUSTAÇÃO DA NÃO REALIZAÇÃO DE UM DAQUELES DESEJOS DE INFANCIA "INVENCÍVEIS" E PROFUNDAMENTE ENRAIZADOS NA ORGANIZAÇÃO FILOGENÉTICAMENTE DETERMINADA .O EGO,ASSIM É DERROTADO PELO ID E,PORTANTO,ARRANCADO DA REALIDADE.SEGUNDO FREUD,NUMA PSICOSE EXISTE A PREDOMINANCIA DO ID E A PERDA PRESENTE DA REALIDADE.O AFASTAMENTO DO EGO DA REALIDADE É A PRIMEIRA ETAPA DE UMA PSICOSE E A SEGUNDA É A TENTATIVA DE REPARAÇÃO DO DANO CAUSADO E DE RESTABELECER A REALIDADE SEM RESTRIÇÕES AO ID,REMODELANDO A REALIDADE,PELA INDISPOSIÇÃO DO ID EM ADAPTAR-SE AS EXIGENCIAS,PARA CRIAR UM NOVO E IMAGINÁRIO MUNDO EXTERNO E O COLOCAR NO LUGAR DA MESMA REALIDADE EXTERNA.

A PSICANÁNALISE NOS CONTOS DE FADAS

ATRAVÉS DE UM CONTO QUE APARENTEMENTE ESTÁ CERCADO DE IMAGINAÇÃO,OU UMA HISTÓRIA QUE NÃO É REAL,ONDE PREDOMINA O MARAVILHOSO PODE ESTAR DE MODO DISFARÇANDO OS SENTIMENTOS QUE CERCAM O INTERIOR DA CRIANÇA,COMO O SENTIMENTO DE RAIVA AO SER ABANDONADO PELOS PAIS OU NA POSSIBILIDADE DE VENCE-LOS COM ESPERTEZA,PASSANDO PARA A CRIANÇA MENSAGENS IMPORTANTES PARA A SUA VIDA,COMO NUNCA DESISTIR PERANTE OS OBSTÁCULOS POR MAIS QUE NO INÍCIO PAREÇAM DIFÍCIEIS.COM RELAÇÃO AOS PERSONAGENS NOS CONTOS E TAMBÉM NAS FÁBULAS É PERCEPTÍVEIS CARACTERÍSTICAS PECULIARES AS CRIANÇAS COM MATURIDADE E A MATURIDADE DESTES MOSTRANDO A CAPACIDADE DE CONTROLE DAS EMOÇÕES.
ENFIM  NA HISTÓRIA DO SHREK,NOS É MOSTRADO UM PRÍNCIPE OGRO E UMA PRINCESA VERDE E GORDINHA E QUE OPTA POR SER ASSIM.A MENSAGEM DO FILME É :QUE NINGUÉM PRECISA SER PERFEITO PARA SER FELIZ.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

QUESTÃO EDÍPICA

A CAPACIDADE DE SIMBOLIZAR NASCE COM O SER HUMANO E ESTRUTURA-SE A PARTIR DE DOIS MOVIMENTOS:CONHECER O OBJETO E PERDER O OBJETO.SIMBOLIZAR E SENTIR A PERDA.É OLHAR E SUBSTITUIR O OBJETO PERDIDO POR OUTRO.A VIDA É UMA TROCA.QUANDO SUBSTITUIMOS,SIMBOLIZAMOS E ENTÃO AMADURECEMOS.PASSAMOS POR MOMENTOS DE PERDAS IMPORTANTES:AS CASTRAÇÕESUMBILICAL DO DESMAME,A FÁLICA,PROCESSOS ESSES VIVIDOS ENTRE OS 3E5 ANOS E DE GRANDE RELEVANCIA QUANTO A FORMAÇÃO SEMIÓTICA,QUE NOS PERMITE SIMBOLIZAR O MUNDO,E SE INSTALA POR VOLTA DE DOIS ANOS.
NO PERÍODO DE LATENCIA,A ENERGIA DISPENSADA NA QUESTÃO EDÍPICA É SUBLIMADA,SUBSTITUINDO O OBJETO DE DESEJO PELA BUSCA DO CONHECIMENTO.O COMPLEXO DE ÉDIPO E A ANGUSTIA DA CASTRAÇÃO SÃO PORTANTO,FUNDAMENTAIS PARA A ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE E FUNDAMENTAÇÃO DO DESEJO DE TER,SER E SABER.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bioenergética - REICH

Bioenergética é uma técnica terapêutica que ajuda o indivíduo a reencontrar-se com seu corpo e a tirar o mais alto grau de proveito possível da vida que há nele. É também uma aventura de autodescoberta. Difere de formas similares de exploração da Natureza do Ser por incluir o corpo como caminho para compreender a personalidade humana. Para a Bioenergética, os processos energéticos determinam o que acontece na mente, da mesma forma que determinam o que acontece no corpo”. É uma forma de terapia corpo-mente desenvolvido por Wilhelm Reich, é um método de se aproximar da armadura corporal e, conseqüentemente, liberar a repressão tóxicos.

BioEnergética – Energia da Vida. Aí está seu conceito central. A Bioenergética identifica no ser humano (e também fora dele) uma energia fundamental, que circula em nosso corpo, e que muitas vezes acumula-se e fica estagnada, por diversas razões, em determinadas regiões. A interrupção do saudável livre fluxo energético é a origem das disfunções e doenças que temos. Esta energia foi chamada de Chi pelos chineses e de Prana pelos hindus, por exemplo. Eles desenvolveram formas extremamente eficazes de compreensão e tratamento de nossas disfunções - a partir do extenso conhecimento acumulado em milhares de anos sobre o funcionamento desta energia - condensadas na Medicina Tradicional Chinesa (que usa a Acupuntura, dentre outros recursos) e na Medicina Ayurvédica Hindu (com toda sua rica visão de Chakras).

Respiração Holotrópica

A Respiração Holotrópica utiliza, basicamente, a respiração mais rápida e profunda, a música evocativa e o trabalho corporal localizado, quando necessário, para liberação da energia bloqueada. Realizado em um ambiente seguro, especialmente preparado para a prática, os facilitadores qualificados se comportam e agem num clima de respeito, sem críticas e interpretações, apoiando os participantes a vivenciarem a sua experiência interna, incentivando a confiança em seus processos, convidando-os, posteriormente, à arterapia e ao compartilhar das experiências, para auxiliar a integração do seu processo. Tais recursos levam os participantes a acessarem um tipo especial de estado incomum de consciência, denominado por Stan Grof de 'holotrópico', palavra composta que, literalmente, traz o significado "orientado para a integridade" ou "movendo-se na direção da integridade" (do grego "holos", todo, inteiro, completo e "trepein", significando movendo-se rumo ou na direção de algo). Neste estado encontra-se o potencial heurístico, evolucionário, transformador e de cura psicológica e espiritual, que permite aos participantes, em estado holotrópico de consciência, buscarem, através de suas experiências internas, a auto-exploração, a autodescoberta, a transformação e a cura.







quinta-feira, 12 de maio de 2011

Psicologia Newtoniana

O texto Psicologia Newtoniana, representa um compilado explicativo entre todos os pensadores que auxiliaram o que é e como é, o entendimento corpo e mente o seu funcionamento e estrutura de pensamento mecanicista da física e da biologia.

Os estudos atuais obtiveram importantes influências dos estudiosos do passado nas áreas da matemática, física, filosofia e ciência médica. Para todas as justificativas psicológicas na época fizeram o entendimento crescente e evolutivo até os tempos atuais.

A duvida de um estudioso era aprimorada em outro para que o compromisso da ciência fosse comprovada e experimentada. Assim Descartes, justifica-se no seu estabelecimento na distinção nítida entre corpo perecível e a alma indestrutível, com o entendimento de q a mente o e corpo deve ser estudada pelos métodos da ciência natural.

Os estruturalistas estudaram a mente através da introspecção sob análise da consciência em seus elementos básicos. Os behavioristas com o estudo do corpo negando a existência da mente.

Sigmund Freud, com seu método da livre associação sob a mente humana e seus conceitos básicos também advinham da teoria newtoniana.

Dessa forma as principais correntes behavioristas e estruturalistas afirmavam-se no mundo acadêmico e Freud e seus seguidores no mundo clinico, serviram-se baseados no paradigma cartesiano e em conceitos newtonianos.

Outras filosofias foram se agregando ao mundo cartesiano e newtoniano para conquistarem seus espaços para justificar as suas teorias e vértices de origem. O resultado é expressivo e benéfico para os tempos atuais onde desfrutamos de aparelhos de última geração obtendo resultados para leituras da psique humana, que de certa forma auxilia o entendimento dinâmico do funcionamento do humano e suas dificuldades relacionais e outras demandas fisiológicas.

Identidade, Subjetividade e Singularidade

A partir da nossa IDENTIDADE, nos caracterizamos e nos tornamos uma pessoa, passamos a ter nome, idade, estado, profissão, sexo, etc. Nossa SUBJETIVIDADE nos particulariza, nos torna individuais e pessoais. Mas é através da SINGULARIDADE que nos tornamos particulares, distintos, singulares e específicos, capazes de nos salientarmos uns dos outros. A SUBJETIVIDADE, não se confunde com o conceito de IDENTIDADE.

A IDENTIDADE, segundo Guattari, está ligada a algum tipo de reconhecimento, seja individual ou coletivo de um quadro de referências que identifiquem o indivíduo (nome, idade, etc). IDENTIDADE é aquilo que faz passar a SINGULARIDADE de maneiras diferentes de existir por um só e mesmo quadro de referência identificável.

A SUBJETIVIDADE de um indivíduo diz respeito menos à IDENTIDADE e mais à SINGULARIDADE, isto é, a possibilidade de viver a existência de forma única, no entrecruzamento de diversos vetores de subjetivação.

SINGULARIDADE é única, singular, peculiar a um só indivíduo. Serve para nos identificar, dizer quem somos e nos diferenciar dos demais. Ela nos qualifica como singulares.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A inversão da Situação


Vivemos em uma sociedade hiperindividualista, onde o pensamento está literalmente voltado para o EU. Os termos que foram muito usados no passado, como compartilhar e ajudar o próximo, encontra-se em decadência. Em conseqüência, temos o desamparo, a violência e o adoecimento psicológico, onde muitas pessoas “sem tempo” estão embarcando neste carreto das doenças consideradas modernas.

A extinção dos manicômios rompeu tabus que estabeleciam que pessoas diferentes deveriam permanecer em confinamentos, isoladas da sociedade. Muitos paradigmas vêm sendo quebrados, o que ocasiona uma desestruturação historicamente cultural. Podemos observar a perda da flexibilidade, da criatividade e da harmonia entre os membros integrantes da sociedade e isso vem ocasionando um desencadeamento de discórdia e rupturas sociais. No entanto, as transformações culturais são amplas e inevitáveis, e vêm acontecendo há séculos na forma de ciclos. Não podemos viver isolados desta sociedade contemporânea, pois existe uma mútua dependência. Para Vygotsky, existe uma interação dialética do homem e o seu meio social-cultural, pois, ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo.

Observa-se que o mundo vem registrando um estado de profunda crise mundial tanto no que se refere às dimensões intelectuais, como morais e espirituais. As portas foram abertas para o mundo pela globalização, segundo refere Karl Popper, e este “grau de abertura” da sociedade ganhou um novo brilho. Para Baumann, se a ideia de “sociedade aberta” era compatível com a autodeterminação de uma sociedade livre, agora nos traz à mente experiências aterrorizantes de uma população heterogênea, infeliz e vulnerável. Enfim, entramos corajosamente no viveiro das incertezas (Tempos líquidos p.1-13).

O mal da civilização deste século é o vazio interior, consequente da busca desenfreada da razão sem emoção, do ter, do parecer ser. As pessoas buscam fora o que só encontrarão no seu interior, na suas essências transgeracionais.
A sociedade, em geral, anda muito rápida e os desejos perdem a sua essência, o seu real valor. Já dizia Freud, em sua obra Além do Princípio do Prazer - “um dualismo incontrolável”.

O grande desafio atualmente é aceitar o diferente, pois aceitar o outro como tal é poder nos aceitar com o que temos de diferente. Pelo fato de não sermos totalmente razão, perfeitos e imutáveis, não aceitamos nos desestruturar. Com a revolução tecnológica ficamos totalmente desolados, pois a nossa subjetividade não alcança a compreensão. Muitas são as transformações culturais que vêm ocorrendo e, com isso, como diz Calligaris, ficamos desconcertados ao resgatar a história porque buscamos o sentido do presente não no passado, e sim, no futuro incerto.

Para Fernando Pessoa, “o mundo exterior é uma realidade interior” e, para Lacan, “o inconsciente não é nem individual nem coletivo, ele é O coletivo mesmo”. Não podemos esquecer que fazemos parte deste mundo com a nossa singularidade, a qual é composta de valores, obrigações, censuras, repressões e desejos. Somos iguais a todos os indivíduos que fazem parte deste mundo que chora, ri e aplaude.

Entre grandes mudanças e transformações podemos citar três transições que abalarão os alicerces das nossas vidas e afetarão o sistema social, econômico e político, são elas: o declínio patriarcal (o movimento feminista é uma das mais fortes correntes culturais do nosso tempo), o declínio da era do combustível fóssil (esgotados por volta de 2300) e a “mudança de paradigma” (a crença do método científico, a concepção do universo como um sistema mecânico, a competitividade e o progresso material através do crescimento econômico tecnológico, são valores limitados e necessitam de uma revisão radical.



terça-feira, 10 de maio de 2011

Mito e Psicanálise

Observando o uso que fazemos dos mitos quando tentamos compreender o humano, notamos que sobressaem duas vertentes. Na primeira, conforme as teorizações iniciais do criador da psicanálise, Sigmund Freud, os mitos são usados para demonstrar a existência de desejos, pulsões, ‘instintos’. Eles são então criados como ressonadores de desejos que precisam permanecer escondidos na mente humana, produtora, pelo mesmo processo, de sonhos, devaneios, fantasias (inconscientes) e da arte.

Todos eles são considerados como formações de compromisso, formações substitutivas, cuja função é dissimular as verdadeiras motivações das pulsões, buscando algum modo de descarregá-las. Na segunda vertente os mitos são compreendidos como modelos de subjetivação, são eles que moldam nossas mentes. No primeiro uso, nós criamos os mitos e eles nos servem, nós os vivemos. No segundo, eles nos criam, nós os servimos e eles nos vivem. Em uma analogia, seria como se, num momento, dirigíssemos nosso carro e levássemos os mitos como passageiros e, em outro momento, nós fôssemos os passageiros e os mitos dirigissem nosso carro. Ambos os casos são produções coletivas, mas, no primeiro, a ênfase é biológica e, no segundo, cultural.

Contemporaneamente, predomina a idéia que os mitos, mesmo sem serem dialéticos, lógicos, produtores de verdade, educam, subjetivam e operam como marcadores de lugares sociais, institucionais e familiares e que, para definir os lugares de emergência do humano – bio-psico-social -, é imprescindível esta binocularidade de compreensão dos mitos, tanto como expressão da biologia, como produção cultural inter (família, instituições) e transubjetiva (grandes grupos, etnias), mas também subjetivadora (indivíduo, sujeito, pessoa).

Embora os mitos, como a arte, não sejam produtores de verdade como a ciência, eles residem na fenda entre o pensamento (individual) e a linguagem (coletiva). Eles obrigam o pensamento à busca de denotação no mundo e produzem o imaginário que, caso seja inundado pela experiência religiosa, mágica (como se dá com a criança), fazem a mente pensar pensamentos que só existem, de fato, na linguagem, mas parecem estar no mundo. Como para o psicanalista, o relevante em cada história é a expressão anímica, mágica, o conceito de mito aqui usado está ampliado para toda produção coletiva expressiva – contida em material verbal ou para-verbal – possuidora de vida, de partes de subjetividades, compreendida e sentida como histórias verdadeiras, abarcando as lendas urbanas, as histórias de grupos vários e pessoais além das muitas expressões da arte. Interessa menos o envelope onde está contido – linguagem, artes cênicas, plásticas – e mais a impregnação mágica associada à força de convicção, como se dá com o que sentimos como verdadeiro e real.





segunda-feira, 9 de maio de 2011

TRECHO DO TEXTO:A REPRESENTAÇÃO DO EU NA VIDA COTIDIANA DE ERVING GOFFMAN                                                                                                                                                                             


"NÃO É PROVALVELMENTE UM MERO ACIDENTE HISTÓRICO QUE A PALAVRA "PESSOA",EM SUA ACEPÇÃO PRIMEIRA,QUEIRA DIZER MÁSCARA.MAS,ANTES,O RECONHECIMENTO DO FATO DE QUE TODO HOMEM ESTÁ SEMPRE E EM TODO LUGAR,MAIS OU MENOS CONCIENTEMENTE,REPRESENTANDO UM PAPEL...É NES-
SES PAPÉIS QUE NOS CONHECEMOS UNS AOS OUTROS;É NESSESPAPÉIS QUE NOS CONHECEMOS A NÓS MESMOS."
EM CERTO SENTIDO,E NA MEDIDA EM QUE ESTA MÁSCARA REPRESENTA A CONCEPÇÃO QUE FORMAMOS DE NÓS MESMOS_ O PAPEL QUE NOS ESFORÇAMOS POR CHEGAR A VIVER_ESTA MÁSCARA É O NOSSO MAIS VERDADEIRO EU,AQUILO QUE GOSTARÍAMOS DE SER.AO FINAL A CONCEPÇÃO QUE TEMOS DE NOSSO PAPEL TORNA-SE UMA SEGUNDA NATUREZA E PARTE INTEGRAL DE NOSSA PERSONALIDADE.ENTRAMOS NO MUNDO COMO INDIVÍDUOS,ADQUIRIMOS UM CARÁTER E NOS TORNAMOS PESSOAS.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

ATENCIOSO SILENCIO

LARGO EM SENTIR,EM RESPIRAR SUCINTO
PENO, E CALO TÃO FINO, E ATENTO,
QUE FAZENDO DISFARCE DO TORMENTO
MOSTRO,QUE O NÃO PADEÇO,E SEI,QUE O SINTO.


O MAL,QUE FORA ENCUBRO,OU QUE DESMINTO,
DENTRO NO CORAÇÃO É,QUE O SUSTENTO,
COM QUE PARA PENAR É SENTIMENTO,
PARA NÃO SE ENTENDE É LABIRINTO.

NINGUÉM SUFOCA A VOZ NOS SEUS RETIROS;
DA TEMPESTADE É O ESTRONDO EFEITO:
LÁ TEM ECOS A TERRA, O MAR SUSPIROS.

MAS OH DO MEU SEGREDO ALTO CONCEITO!
POIS NÃO ME CHEGAM A VIR à BOCA OS TIROS
DOS COMBATES,QUE VÃO DENTRO DO PEITO.


                                                          POESIA DE GREGÓRIO DE MATOS(1636?-1696)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As três ecologias - "Ilha das flores" "História das coisas"

Tomando como ponto inicial as profundas mudanças ocorridas na sociedade moderna, Felix Guattari expõe em sua obra “As três ecologias” a preocupação pelos aspectos mais humanos que influenciam direta ou indiretamente na deterioração da sociedade e do meio ambiente, começa salientando que se os fenômenos de desequilíbrios ecológicos não forem remediados, no limite, ameaçam a implantação da vida em sua superfície. Ele registra as três ecologias – a do meio ambiente, a das relações sociais e a da subjetividade humana, manifestando sua indignação perante o mundo que se deteriora lentamente.

Faz-nos refletir sobre se haverá resposta à crise ecológica, salientando que somente poderá ocorrer se for operada uma autentica revolução política, social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais.

Os “aspectos mais humanos” referem-se às características psicológicas inerentes ao homo sapiens que se encontram na raiz dos problemas ecológicos e sociais do nosso planeta. Como exemplos desses arquétipos da psique humana, temos: o instinto de violência, a vontade de dominação e todo padrão psicológico que nos afaste da afeição à vida.

A partir de meditações sobre como o lado “obscuro” da subjetividade do homem encontra-se no cerne de toda a devastação social e ambiental que cada dia nos é mais presente, o autor estabelece, que a Ecologia Ambiental não é a única que deve ser considerada, senão que outras duas, naturalmente interligadas entre si, mostram-se tão importantes quanto a primeira, essas são: a Ecologia Social e a Ecologia Mental. Esta última será levada a reinventar a relação do sujeito com o corpo, com o fantasma, com o tempo que passa, com os mistérios da vida e da morte. Já a ecologia social deverá trabalhar na reconstrução das relações humanas em todos os níveis, ela jamais deverá perder de vista que o poder capitalista se deslocou, se desterritorializou, ao mesmo tempo em extensão ampliando seu domínio sobre o conjunto da vida social, econômica e cultural do planeta.

O conceito de ecologia é assim ampliado, abrangendo as questões que dizem respeito à autodestruição humana de forma mais completa, ressaltando pontos como a necessidade de rever a estrutura das classes sociais, o estabelecimento e cumprimento de regras universais dos direitos humanos, o reconhecimento da interdependência entre os seres e da complexa teia de relações entre eles.

Assim, Guattari manifesta que para buscar a convivência em harmonia com a nossa fonte de recursos limitados (a natureza, o planeta, o universo), primeiramente, devemos canalizar a mente para uma busca de objetivos mais elevados, logo, podendo trabalhar na reconstrução das relações humanas, desde os níveis mais esquecidos até os mais comentados.

Como podemos observar no vídeo a história das coisas que aborda muito bem o processo produtivo sobre tudo que compramos ( de onde vem/ para onde vai), o impacto dos tóxicos e da poluição em nossa saúde e no meio ambiente no decorrer de todo o processo produtivo, fazendo refletirmos e nos questionarmos, como poderemos amenizar tal situação? e nos remetendo também ao que diz Guattari “Não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política, social e cultural, reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais. Esta revolução deverá concernir, portanto, não só às relações de forças visíveis em grande escala, mas também aos domínios moleculares de sensibilidade, de inteligência e de desejo”.

No documentário ilha das flores, o autor mostra de forma contundente como o sistema econômico contribui para as desigualdades sociais e a indiferença com a necessidade alheia. Na narrativa, muitas informações são mostradas, cuja intenção é a de “igualar” o ser humano por meio de descrições que denotam a raça humana. Contudo, mostra o desigual tratamento dado aos “iguais” seres humanos, colocando-os inferiores aos porcos. Mostra um retrato da mecânica da sociedade de consumo, encarando o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. Como diz Guattari os indivíduos devem se tornar a um só tempo solidários e cada vez mais diferentes.

Pelo exposto, pode-se dizer que as medidas políticas necessárias para a recuperação do nosso planeta e as alternativas para a liberação do homem de sua “implosão”, estão condicionadas às atitudes mentais individuais, e logo, sociais dos cidadãos da “cidade” Terra. O que esta em questão no texto é a maneira de viver daqui em diante em nosso planeta em função das profundas transformações que esta sofrendo e do considerável crescimento demográfico.



terça-feira, 15 de março de 2011

Sentidos



Olhem só o quanto representa este video em nossoas vidas!
O aroma, paladar e até tocarmos algo ou alguem importante. Faz sentido os sentidos da vida.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Análise do psicanalista e escritor Celso Gutfreind sobre o filme O Discurso do Rei. Vale a pena dar uma lida!

sexta-feira, 11 de março de 2011

O PONTO DE MUTAÇÃO-A CÎêNCIA,A SOCIEDADE E A CULTURA EMERGENTE DE FRITJOF CAPRA

AO TÉRMINO DE UM PERÍODO DE DECADENCIA SOBREVÉM O PONTO DE MUTAÇÃO.A LUZ PODEROSA QUE FORA BANIDA RESSURGE.HÁ MOVIMENTO,MAS ESTE NÃO É GERADO PELA FORÇA...O MOVIMENTO É NATURAL,SURGE ESPONTANEAMENTE.POR ESSA RAZÃO,A TRANSFORMAÇÃODO ANTIGO TORNA-SE FÁCIL.O VELHO É DESCARTADO,E O NOVO É INTRODUZIDO.AMBAS AS MEDIDAS SE HARMONIZAM COM O TEMPO,NÃO RESULTANDO DAI´,PORTANTO,NENHUM DANO. I CHING

INSTANTE FILOSÓFICO:M. INES

POEMAS

NÃO SE PREOCUPE,
COM SEUS LIVROS DE POESIAS
EMPOEIRADOS NA ESTANTE.
POESIAS NÃO SÃO ESCRITAS
PARA SEREM LIDAS COMO ROMANCES.
POESIAS SÃO ESCRITAS
PRA SE FAZER CONSULTAS DA ALMA.


CELSO E.D. SOARES

MINUTO POÉTICO:M. INES

sexta-feira, 4 de março de 2011

APENAS PARA REFLETIR

A ARTE DE SER LOUCO É JAMAIS
COMETER A LOUCURA DE SER UM
SUJEITO NORMAL.
RAUL SEIXAS

MEMÓRIAS,SONHOS E REFLEXÕES

DO MAL,MUITA COISA BOA RESULTOU.
MANTENDO-ME CALMO,NADA REPRIMINDO,PERMANECENDO ATENTO E ACEITANDO A REALIDADE.
VENDO AS COISAS COMO ELAS SÃO E NÃO COMO EU QUERIA QUE ELAS FOSSEM.
AO FAZER TUDO ISSO,ADQUIRI UM CONHECIMENTO INCOMUM,ASSIM COMO PODERES INVULGARES,DE UMA AMPLITUDE QUE JAMAIS PODERIA TER IMAGINADO.
SEMPRE PENSARA QUE QUANDO ACEITAMOS AS COISAS,ELAS NOS SOBREPUJAM DE UM MODO OU DE OUTRO.
RESULTA QUE ISSO NÃO É VERDADE EM ABSOLUTO.
É SOMENTE ACEITANDO AS COISAS QUE PODEMOS ASSUMIR UMA ATITUDE EM RELAÇÃO A ELAS.
POR ISSO,TENCIONO AGORA FAZER O JOGO DA VIDA,SER RECEPTIVO A TUDO QUE ME CHEGAR,BOM E MAL,SOL E SOMBRA ALTERNANDO-SE ETERNAMENTE;E,DESTA FORMA,ACEITAR TAMBÉM MINHA PRÓPRIA NATUREZA,COM SEUS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS.
ASSIM,TUDO SE TORNA MAIS VIVO PARA MIM.
QUE INSENSATO EU FUI!COMO ME ESFORCEI PARA FORÇAR TODAS AS COISAS A HARMONIZAREM-SE COM O QUE EU PENSAVA QUE DEVIA SER...

C.G.JUNG

quarta-feira, 2 de março de 2011

O Valor das Coisas

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis!

Fernando Pessoa

terça-feira, 1 de março de 2011

Aconteceu numa estação belga


Um contágio como este deveríamos experimentar todos os dias!
Rosane Marques


Clique aqui para assistir

NORMOSE ( a doença de ser normal )

"Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.

 A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer a quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Então, como aliviar os sintomas desta doença?
Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.

Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes."

(Michel Schimidt Psicoterapeuta)